A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a organização internacional Childhood Brasil lançaram a cartilha do Projeto Mapear 2023/2024, nesta quinta-feira (31). Em sua 10ª edição, foram mapeados 17.687 pontos vulneráveis em rodovias federais que podem representar riscos às crianças e adolescentes, um aumento de 83,2% quando comparado ao biênio anterior, com 9.653 indicações.
O maior número de pontos vulneráveis está concentrado na BR-116. As equipes identificaram 2.398 locais que podem representar riscos a crianças e adolescentes.
A BR-116 é uma rodovia longitudinal brasileira que tem início no município de Fortaleza, no Ceará, e termina em Jaguarão, no Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai.
Na sequência de pontos mapeados pela PRF está a BR-101, que liga o Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, com 1.533 pontos de vulnerabilidade.
Apesar do número indicar um grande crescimento dos pontos, a PRF aponta que na verdade o dado reflete um acompanhamento maior da situação das estradas, por meio de um monitoramento criterioso e rotineiro.
As estatísticas incluem, entre outros locais, estabelecimentos comerciais, hotéis, motéis e postos de combustíveis às margens das rodovias federais. A cartilha do Projeto Mapear divulgada reúne quatro níveis de risco: baixo, médio, alto e crítico.
“É o uso da inovação a favor da proteção de pessoas vulnerabilizadas que estão nas rodovias. Esperamos, em breve, que essa ferramenta possa ser compartilhada com outras forças de segurança, e assim ampliar a rede de proteção para áreas urbanas, e não mais restrita às rodovias federais”, afirmou o diretor-geral da PRF, Fernando Oliveira.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, também participou do lançamento. “Os resultados positivos neste campo, entre outros fatores, são fruto do conjunto de desenvolvimento do país, que envolve o esforço do governo no processo de expansão do emprego e de políticas públicas que possam proteger as nossas crianças e adolescentes. E isso inclui o aumento das oportunidades para que as famílias estejam protegidas pela geração de emprego e renda”, declarou Marinho.
No último biênio, as 31 ações de combate à exploração sexual de crianças e adolescentes e a situações de vulnerabilidade fiscalizaram 6.453 pontos, alcançaram 76.606 pessoas e possibilitaram o resgate de 147 menores de idade em todo o país.
“A edição mais recente do projeto promoveu uma integração maior entre as áreas de operações e direitos humanos. Houve envolvimento de mais policiais, o que contribuiu para um aumento no número dos pontos mapeados pela PRF”, afirmou Liége Viera, coordenadora-geral de Direitos Humanos da PRF.