Promotor Fábio Vieira afirmou no 4º Tribunal de Justiça que o tempo levado foi necessário para o recolhimento dos recursos para a acusação
O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) pediu desculpas às famílias da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes, assassinados em 2018, pela demora no julgamento do réus. Assassinos confessos do caso, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz passam por júri popular nesta 5ª feira (31.out.2024).
O promotor Fábio Vieira afirmou no 4º Tribunal de Justiça que o tempo levado até o julgamento foi necessário para o recolhimento dos recursos para a acusação. O órgão defende que Lessa e Queiroz sejam condenados à pena máxima de 84 anos de prisão.
“Embora não seja minha culpa ou de alguém específico, eu quero me desculpar com as famílias da Marielle, do Anderson e com a própria Fernanda, pelo tempo de chegarmos até aqui. Foi o tempo necessário que demoraram os recursos que assumimos, não tínhamos como fazer o plenário sem a declaração dos réus. Portanto, me desculpem pelo tempo, eu tenho certeza que isso é um alivio, porém não traz ninguém de volta”, disse o promotor de justiça.
TRIBUNAL DO JÚRI
O julgamento iniciou na 4ª feira (30.out.20245), 6 anos depois ao crime. Marielle e Anderson foram assassinados em março de 2018. A data foi definida pelo juiz Gustavo Kalil em reunião no Fórum Central do Rio, em 12 de outubro. Pode ser acompanhado ao vivo no canal do YouTube do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
São julgados em júri popular os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, sinalizados como os executores. A sessão acontece no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro e deve durar 2 dias. A mãe de Marielle depôs logo após a ex-assessora Fernanda Chaves.
Ambos os ex-policiais fizeram delações premiadas à PF (Polícia Federal) onde confessaram a execução. Lessa disse ter sido o autor dos tiros que mataram Marielle, enquanto Élcio estaria dirigindo o carro no dia do crime. Estão presos desde 2019.
Lessa também indicou que os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão seriam os mandantes do crime. O motivo teria sido por conflitos fundiários.
Os 2 se tornaram réus no STF em junho deste ano, quando, por unanimidade, a 1ª Turma do Supremo aceitou uma denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República).
Além deles, o Supremo também aceitou, na mesma ação, denúncia contra o delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, o ex-assessor de Domingos, Robson Calixto da Fonseca, e Ronald Alves, conhecido como major Ronald.
Em depoimento ao STF no caso, apesar da declaração de Lessa, os irmãos Brazão disseram que não conheciam o ex-PM. Segundo o deputado, ele nunca teve contato com Lessa e que, embora o ex-PM pudesse conhecê-lo, ele não teria “lembrança de ter estado com essa pessoa”.
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