Recuperação do mercado de trabalho foi impulsionada por um aumento no número de vagas, tanto no setor público quanto no privado; no entanto, rendimento real e massa salarial permaneceram estáveis
A taxa de desemprego no Brasil registrou uma queda significativa, atingindo 6,4% no trimestre encerrado em setembro, conforme dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este percentual representa o menor nível de desocupação para o período na história da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), superando as expectativas do mercado financeiro, que previa uma taxa de 6,5%. Em comparação com agosto, quando a taxa era de 6,6%, a redução foi mais acentuada do que o esperado.
A recuperação do mercado de trabalho brasileiro foi impulsionada por um aumento no número de vagas, tanto no setor privado, com e sem carteira assinada, quanto no funcionalismo público. Este crescimento no emprego reflete uma retomada econômica que vem se consolidando ao longo dos últimos meses. No entanto, o rendimento real e a massa salarial permaneceram praticamente estáveis. Embora essa estabilidade seja positiva para o mercado de trabalho, ela apresenta desafios para o Banco Central, devido à relação entre emprego e inflação descrita pela teoria econômica da curva de Phillips.
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De acordo com essa teoria, um aumento no emprego pode elevar o risco inflacionário, uma vez que mais pessoas empregadas e com renda tendem a aumentar o consumo, pressionando a demanda e, consequentemente, a inflação. Este cenário é particularmente preocupante, pois a inflação atual está ligeiramente acima da meta estabelecida. Assim, a queda na taxa de desemprego pode reforçar a necessidade de elevação da taxa de juros pelo Banco Central para controlar a inflação.