Deputado classificou a declaração como “criminosa”; governador de SP afirmou, sem apresentar provas, que interceptou mensagens da facção
O candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (Psol) classificou como “criminosa” a declaração do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que afirmou que o PCC (Primeiro Comando da Capital) teria orientado seus integrantes a votarem no psolista. O deputado federal, que disputa a prefeitura contra o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), afirmou que irá à Justiça contra o governador.
“É criminosa a atitude do governador Tarcísio de Freitas de criar uma grave fake news em pleno domingo de eleições. Tarcísio é cabo eleitoral de Nunes, faz tal declaração ao lado do prefeito em claro gesto de campanha. Usa a máquina pública de maneira vergonhosa e irresponsável. Isso fere todos os preceitos democráticos. O governador Tarcísio responderá na Justiça por sua atitude criminosa”, declarou Boulos em nota divulgada por sua assessoria de imprensa.
A jornalistas, Boulos disse que entrou na Justiça com uma ação de investigação eleitoral por abuso de poder político e divulgação de informação falsa.
Assista (4min20s):
A declaração de Tarcísio foi dada depois de ele votar, no colégio Miguel de Cervantes (Morumbi), sem apresentar prova sobre a alegação.
O governo de São Paulo foi perguntado por uma jornalista sobre um comunicado da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária). Segundo ele, o documento diz que o órgão interceptou mensagens de integrantes do PCC que orientavam o voto em diversas cidades do Estado.
“Houve interceptação de conversas, de orientações que eram emanadas de presídios por parte de uma facção criminosa orientando determinadas pessoas, determinadas áreas a votar em determinados candidatos. Houve essa ação de inteligência, houve essa interceptação”, disse.
O chefe do Executivo paulista disse, porém, que as mensagens “não tiveram interferência” nas eleições.
Tarcísio, então, foi questionado sobre qual candidato a organização orientava em São Paulo e respondeu: “Boulos”.