Em meio a ameaças de ceder operações da Aerolíneas Argentinas a empresas privadas devido a frequentes greves, o chefe de gabinete (Casa Civil) e ministro de Interior de Javier Milei, Guillermo Francos, e o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, se reuniram nesta sexta-feira (20) com representantes da companhia aérea GOL.
Segundo o governo da Argentina, a reunião dos executivos da empresa brasileira com dois dos nomes mais importantes da equipe de Milei visou “buscar alternativas e evitar que os setores produtivos, o turismo e todos os argentinos que se viram impedidos de chegar aos seus destinos continuem prejudicados”.
A Casa Rosada afirma estar colocando limites em Pablo Biró, secretário-geral da Associação de Pilotos de Linhas Aéreas (APLA) e em seu sindicato, que congrega trabalhadores da estatal e que há uma semana realizou uma greve por reivindicação salarial que cancelou 319 voos da empresa.
“O governo coloca limites no senhor Biró e no seu sindicato de pilotos, que das suas posições de privilégio não se cansam de prejudicar os argentinos”, postou a pasta de Francos na rede social X.
A Casa Rosada também disse que já se reuniu com a low-cost argentina Flybondi e fará o mesmo com a chilena Jetsmart.
Nesta quinta (19), o governo argentino anunciou que, se as greves continuarem, cederá as operações da Aerolíneas Argentinas a outra empresa, e garantiu que irá “sepultar” as paralisações sindicais.
“O governo iniciou conversas com várias empresas privadas latino-americanas para que finalmente assumam a operação das Aerolíneas Argentinas, no caso, claro, de que continuem as extorsões que os argentinos estão recebendo com esse tipo de medidas”, disse o porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni.
O porta-voz não esclareceu, no entanto, se a intenção do governo é privatizar ou permitir concessões de rotas da estatal a empresas particulares.
A CNN entrou em contato com a GOL e com o governo argentino para obter mais detalhes sobre a reunião e aguarda retorno.