Partidas com mais de 100 minutos de duração podem se tornar algo rotineiro a partir de 1º de julho deste ano. A decisão de que os árbitros devem ser mais enérgicos com os times que fazem cera para administrar um resultado foi a principal resolução de congresso da Ifab (a International Board), entidade ligada à Fifa e responsável pelas regras do jogo.
A instrução já havia sido dada aos juízes na Copa do Mundo do Qatar, no ano passado. O brasileiro Raphael Claus deu, no total, 29 minutos de acréscimo no confronto entre Inglaterra e Irã, pela fase de grupos.
A ideia da Ifab é que esse tipo de rigor se torne mundial, para que o público tenha o máximo tempo possível de bola rolando.
A entidade descartou reduzir o tempo das partidas parando o relógio quando a bola sai de campo ou acontece uma falta. Mas quer que a arbitragem seja mais rigorosa na adição de tempo.
“Não vamos mudar as regras porque elas não precisam de alterações. Queremos lutar contra o desperdício de tempo. Temos de aplicar as regras de forma consistente no mundo tudo”, disse o presidente da Fifa, Gianni Infantino, um dos membros da IFAB.
Foi aprovada também a mudança na regra dos pênaltis, alteração detonada pelo comportamento do goleiro Emiliano Martínez, da Argentina, na Copa do Mundo do Qatar. Nas disputas de tiros da marca penal contra Holanda e França, ele abusou das provocações aos rivais e comemorações nas defesas, segundo a Ifab.
Os goleiros vão receber cartões amarelos ou vermelhos por comportamentos considerados provocativos ou que sejam vistos como distrações para o batedor.
A entidade também anunciou período de testes de versão light do VAR. O objetivo é que o recurso possa ser usado por liga sem a mesma capacidade financeira das principais do mundo. Trata-se de um sistema semelhante ao atual, mas com menos câmeras.
Também foi aprovado testes em alguns torneios da melhoria da explicação do VAR aos torcedores. O árbitro usaria sistema de som no estádio para explicar decisões tomadas, semelhante ao que acontece na NFL, a liga profissional de futebol americano.
Entre as propostas apresentadas, a de permitir a substituição extra para jogador que sofrer concussão em campo foi rejeitada.
As federações nacionais podem, se quiserem, implantar as resoluções imediatamente, ou a partir das suas competições que iniciem a partir de 1º de julho.