Em idosos, casos de queda são problemas comuns que podem ser graves. A perda de mobilidade causada pelo envelhecimento favorece as quedas, que se tornaram a sexta principal causa de morte entre idosos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Gerontologia e Geriatria.
Além dos riscos de morte, há também impactos significativos para o bem-estar e a qualidade de vida dessa população devido à perda de autonomia. A cada ano, aproximadamente de 30% a 40% dos idosos caem pelo menos uma vez, e as consequências negativas extrapolam o aspecto físico, sendo também psíquicas e sociais. D
O professor José Carlos Farah, da Universidade de São Paulo (USP), explica que o processo de envelhecimento é associado a perdas importantes para o corpo humano, que estão relacionadas às quedas mais frequentes.
“A osteopenia, que é a perda de massa óssea, deixa o osso enfraquecido, e a perda da massa muscular, como consequência, traz a falta do controle do movimento e equilíbrio, a perda cognitiva, que diminui a nossa atenção e percepção e a baixa aptidão física”, afirma Farah.
Quando se soma isso a um quadro de doenças preexistentes, o resultado é o de um cenário propício às quedas. Ainda segundo o especialista, o processo de perdas do envelhecimento é inevitável, mas os impactos podem ser reduzidos com alguns hábitos.
“Os benefícios da prática da atividade física se contrapõem ao processo de envelhecimento. O exercício promove o aumento da massa muscular e da coordenação motora, do equilíbrio e das funções cognitivas. Este hábito já diminui a possibilidade de quedas, associado ao ambiente livre de possíveis obstáculos que podem atrapalhar o dia a dia do idoso”, diz.
Para iniciar e manter uma rotina de atividade física na terceira idade, o pesquisador da USP recomenda a realização de um check-up médico e acompanhamento profissional.
“O princípio é sempre o mesmo: liberação médica e acompanhamento de profissional de educação física. Exercícios simples de sentar e levantar de uma cadeira, estender e flexionar os braços, entre outros, já ajudam muito no aumento da força, da coordenação e do equilíbrio. Mas devem ser realizadas com supervisão para segurança da pessoa”, diz.
“Devem começar devagar e sempre aumentando gradativamente a intensidade. Atividades como caminhada e natação são recomendadas e associadas à musculação e hidroginástica. São atividades simples, mas que melhoram muito a qualidade de vida na senescência”, acrescenta.
Por onde começar?
Exercícios de força representam um meio para manter ou aumentar a massa muscular dos idosos. Já práticas de equilíbrio contribuem para a prevenção de quedas e de fraturas ósseas.
Praticar atividade física em idades mais avançadas pode melhorar as habilidades de socialização, aumentar a energia, a disposição, a autonomia, a capacidade para se movimentar e a independência para realizar as atividades do dia a dia.
Um outro problema comum entre os idosos é a perda gradual da memória. Nesse caso, ser uma pessoa ativa também ajuda na manutenção da memória, da atenção, da concentração, do raciocínio, do foco e até mesmo na redução do risco para demência, como a doença de Alzheimer. Isso sem falar no controle e na prevenção das típicas doenças crônicas, como obesidade, hipertensão e diabetes.
O Guia de Atividade Física para a População Brasileira recomenda começar por atividades de intensidade mais leve como caminhar devagar, sentar e levantar algumas vezes da cadeira ou do sofá, arrumar a cama, lavar e secar a louça, passar roupa, cuidar das plantas, entre outras. Isso ajudará idosos a prevenir dores e desconfortos musculares, além de proporcionar uma sensação de segurança e motivação para continuar.
A partir disso, é possível ir progredindo aos poucos e evoluindo nas atividades. Espaços ou equipamentos que possibilitam a prática de atividade física para idosos, como praças, quadras e parques, também são opções adequadas.
(Com informações do Jornal da USP)
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