Sem chances de saber qual será a nova regra fiscal, o Banco Central vai decidir nesta quarta-feira (22) o que fazer com a Selic com base nas informações concretas que já tem.
Pelo jeito que a banda toca, é provável que ela permaneça nos atuais 13,75% a.a — e Roberto Campos Neto, presidente do BC, sabe que o governo não vai gostar do resultado. A comunicação, uma das principais ferramentas do BC, terá que ser boa o suficiente para convencer a política do país sobre a estratégia adotada.
Da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para cá, surgiram crises bancárias, pioras nas condições de crédito nos países ricos e uma dose considerável de incerteza.
A inflação arrefeceu, mas não sinaliza queda consistente. As expectativas para o Índice de Preços ao Consumir Amplo (IPCA) seguem acima da meta até 2026 — outro ruído, já que a previsão leva em conta uma mudança nas metas, como quer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e não necessariamente um processo inflacionário fora de controle.
É motivo suficiente para, pelo menos, apagar do comunicado do BC a ameaça de manutenção da Selic alta por mais tempo.
Se quiser ancorar com firmeza a sua posição, Campos Neto precisará encontrar o equilíbrio perfeito — ou quase — entre o que tem e o que não tem de informação para fundamentar a decisão.
No episódio desta quarta, o CNN Money discute ainda o adiamento da apresentação da nova regra fiscal, que ficou para abril, após a viagem de Lula à China.
Apresentado por Thais Herédia, o CNN Money apresenta um balanço dos assuntos do noticiário que influenciam os mercados, as finanças e os rumos da sociedade e das dinâmicas de poder no Brasil e no mundo.
*Publicado por Tamara Nassif
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