A Polícia Federal (PF) deflagrou na quarta-feira (22) uma operação para desarticular uma organização criminosa que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, incluindo homicídios e extorsão mediante sequestro, em pelo menos cinco unidades da federação: São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Rondônia e no Distrito Federal.
O ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) era um dos alvos dos criminosos. O homem que a PF apontou como o responsável por monitorar e tramar um sequestro do senador Sergio Moro é uma liderança do PCC.
Na quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou o plano de integrantes do PCC e afirmou que “se for mais uma armação, Sergio Moro ficará mais desmascarado ainda”.
O promotor de Justiça Lincoln Gakiya foi um dos responsáveis por levar a representação até a direção da PF, em Brasília, para a instauração do inquérito policial. Em entrevista à CNN, nesta sexta-feira (24), o promotor comentou detalhes das investigações.
Questionado sobre a declaração do presidente Lula sobre o caso se tratar de uma suposta armação, Gakiya afirmou que não há tal possibilidade.
“Não há chance nenhuma. O trabalho começou aqui pelo Gaeco [Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado] de São Paulo. Portanto, fomos nós, eu e o procurador-geral de Justiça que levamos a representação até a direção da Polícia Federal em Brasília para instauração de inquérito policial”, afirmou.
“Quando levamos a representação evidentemente é por que já havia elementos que demandavam apuração desse fato criminoso não só com relação ao hoje senador e ex-ministro Moro, mas também contra outros agentes públicos”, completou o promotor.
Gakiya afirmou que o trabalho é realizado de maneira conjunta, com investigações do Ministério Público e da PF.
“Quero crer que infelizmente estão fazendo uso político dessa investigação que é muito séria. A Polícia Federal fez um trabalho exemplar, demonstrou ser uma polícia republicana e, em 45 dias, esclareceu, identificou e prendeu todos os integrantes da célula restrita, uma célula muito importante para a facção paulista”, destacou.
O promotor explica que a investigação da PF está focada em desdobramentos dos planos de ataque contra agentes públicos.
“Nesse caso específico, a gente está tratando de policiais penais, federais, em Porto Velho, policial penal federal em Campo Grande e um ex-comandante da Polícia Militar também do Mato Grosso do Sul”, disse.
“Não há ali nenhuma referência, pelo menos ao que eu saiba ou ao que eu tenha acompanhado, ao atual vice-presidente e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Ele já foi, inclusive junto comigo, vítima de outras ameaças aqui em São Paulo – não são essas que se referem este trabalho específico da Polícia Federal”, completou.
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