O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acha que o plano do crime organizado para matar o senador e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR), entre outros alvos, é uma armação do próprio Moro.
Essa afirmação do presidente da República não para de pé um só segundo, pois não tem a menor base nos fatos.
Mas admita-se que todo político tenha o direito de se cobrir de ridículo e de dar um tiro no próprio pé. Porém, quando o político é presidente da República, as coisas ridículas que ele diz têm outra dimensão.
Nesse caso, a dimensão do que Lula disse é ridicularizar o trabalho da Polícia Federal, que prendeu os bandidos do PCC que armavam os atentados. Ridicularizar o Ministério Público de São Paulo, que descobriu o plano do crime organizado. Ridicularizar seu ministro da Justiça, que qualificou de muito séria a investigação. Ridicularizar o próprio cargo de chefe de estado.
O que levanta uma outra indagação. A um político experiente como Lula costuma-se atribuir a cada palavra que diz um cálculo político.
Qual teria sido a intenção política de Lula ao reiterar três vezes uma bobagem como essa, a da armação de Moro?
Ou foi só o resultado do estado psicológico de uma pessoa que produz maus resultados políticos para si mesma, pois vive presa a uma confusão de sentimentos, ódios, rancores?
Equilíbrio emocional é o mínimo que se espera de qualquer chefe de estado.
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