A Polícia Federal prendeu um policial da reserva da PM suspeito de ser uma das lideranças do acampamento golpista em frente do QG
Fabio Serapião
Brasília, DF
A Polícia Federal prendeu nesta quinta (23) um policial da reserva da PM do Distrito Federal suspeito de ser uma das lideranças do acampamento golpista em frente do QG do Exército em Brasília.
O major Cláudio Mendes dos Santos foi preso em Riacho Fundo, no Distrito Federal, na 9ª fase da operação Lesa Pátria.
Segundo a PF, ele é suspeito de “incitar os atos antidemocráticos e um dos administradores dos recursos que financiavam as ações.”
O PM também seria responsável por ensinar táticas de guerrilha aos golpistas acampados no QG do Exército.
“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, afirma a PF em nota.
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A PF abriu quatro frentes de investigação após os ataques dos bolsonaristas acampados no QG do Exército.
Uma delas mira os possíveis autores intelectuais, e é essa frente que pode alcançar Bolsonaro. Outra tem como objetivo mapear os financiadores e responsáveis pela logística do acampamento e transporte de bolsonaristas para Brasília.
O terceiro foco da investigação PF são os vândalos. Os investigadores querem identificar e individualizar a conduta de cada um dos envolvidos na depredação dos prédios históricos da capital federal.
A quarta linha de apuração avança sobre autoridades omissas durante o 8 de janeiro e que facilitaram a atuação dos golpistas.
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Essas investigações deram origem as nove fases ostensivas da Lesa Pátria até o momento.
Em 20 de janeiro, a PF deflagrou a 1ª fase da operação e cumpriu oito mandados de prisão. Um dos alvos, Raif Gibran Filho, foi abordado em sua residência, mas pulou do segundo andar pela janela e fugiu.
Três dias depois, a segunda fase da ação, foi preso um golpista identificado por quebrar o relógio de dom João 6º no Palácio do Planalto.
No dia 27 de janeiro, outros 11 mandados de prisão foram cumpridos na terceira fase da operação. Em Santa Catarina, foi presa Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, 67, conhecida nas redes como Fátima de Tubarão.
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Na quarta fase, em 3 de fevereiro, um dos três alvos de mandado de prisão foi Lucimário Benedito Camargo, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Rio Verde (GO), conhecido como Mário Furacão e que gravou um vídeo durante a invasão do Palácio do Planalto.
Dias depois, em 7 de fevereiro, a operação alcançou possíveis autoridades omissas e prender quatro policiais militares do Distrito Federal. Entre eles, o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, então chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do DF.
Já em 14 de fevereiro, foi realizada a sétima fase e foram cumpridos oito mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em Goiás, Minas Gerais, Paraná, Sergipe e São Paulo.
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No último dia 17, foi presa a mulher flagrada pichando a estátua da Justiça em frente ao prédio do STF. Identificada como Débora Santos, ela foi presa no início da manhã em Paulínia (SP).
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Também foram detidos o invasor do STF que sentou na cadeira do ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre atos antidemocráticos, e o cidadão que levou a bola autografada pelo atacante da seleção brasileira Neymar da Câmara dos Deputados.