Plano Safra 23/24: O que já sabemos até agora


Plano já começou a ser desenhado, mas fontes do Ministério da Agricultura afirmam que há indefinições sobre juros até o momento

Imagem de DJI-Agras por Pixabay Imagem aérea mostra um drone sobrevoando um extenso campo agrícola, por onde passa um trator
Agronegócio busca pistas de como serão os juros do Plano Safra na Era Lula

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve anunciar hoje a manutenção da Selic em 13,75% ao ano. A alta taxa básica da economia voltou a ser atacada pelo presidente Lula, que criticou o Banco Central e o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Forçar a queda dos juros para tentar reequilibrar as contas públicas é o contrário do que deve ser feito, já que o equilíbrio fiscal é que leva à redução de juros. O anúncio do arcabouço fiscal do governo ficou para depois da missão na China, que acontecerá neste fim de março. Até lá, o agronegócio busca pistas de como serão os juros do Plano Safra na Era Lula. Fontes de dentro do Ministério da Agricultura me informaram que o cenário é de indefinição sobre as taxas no momento.

Plano Safra 23/24: O que já sabemos até agora

  1. Volume de recursos 
    Entidades ligadas ao agro como a Federação da Agricultura do Paraná estão pedindo cerca de R$ 400 bilhões para 23/24, aumento ao redor de R$ 60 bilhões em relação à 22/23. Para conseguir esse volume, o ministério da Agricultura precisará ter o Ministério da Economia como aliado. A negociação será um momento importante para entendermos a relevância dada ao agro pelo atual governo.
  2. Juros 
    Uma Selic em 13,75% dificulta a forte redução de juros, pois o patamar está acima do ano passado e aumenta a necessidade de subvenção para bancar o diferencial de taxas. Apesar do juro alto, o governo federal pode aumentar o endividamento público e  tentar garantir taxas menores. O perfil gastador da atual administração abre as portas para essa possibilidade de usar mais recursos do Tesouro.
  3. Disponibilidade de recursos
    Juros estão no teto e o mercado prevê queda da Selic para 12,75% até o fim do ano. Isso gera mais previsibilidade no orçamento, pois não há no radar sinais de movimentos inesperados de alta para a taxa básica. O teto de gastos e as sucessivas altas da Selic impactaram a previsão do Tesouro em relação à necessidade de subvenção ao crédito do último Plano Safra e isso ajudou a explicar o rápido esgotamento de recursos no ciclo 21/22.  Para 23/24 podemos esperar que isso não ocorra de forma tão precoce pelos mesmos fatores.
  4. Plano Safra verde 
    O próximo Plano Safra deverá ter como principal foco a sustentabilidade. A expectativa é que o programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) seja o pilar principal e tenha uma das taxas de juros mais baixas.
  5. Juros escalonáveis
    Integrantes do governo já sinalizaram que o Plano Safra 23/24 deverá ser “escalonável”. Isso significa que quanto maior for a adoção de  práticas  ESG, menores deverão ser os juros. Não está claro como a medida funcionará.

*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.





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