O fato de a Rússia ter assumido a presidência do Conselho de Segurança da ONU traz uma dualidade de interpretações.
Esta é a avaliação da professora de relações internacionais da Universidade Federal de Sergipe Bárbara Motta.
À CNN Rádio, ela explicou que, de um lado, o novo posto ocupado pelos russos se trata de “questão procedimental”, já que o Conselho “segue aquilo pactuado desde a construção do órgão.”
Nesse sentido, “não há necessidade de alarde.”
Por outro lado, porém, a professora destaca que “do ponto de vista político é um contrassenso”, já que o presidente do Conselho de Segurança é “visto como alguém que representa questões de paz e segurança.”
“A última coisa que pode atribuir à Rússia é essa imagem”, completou, lembrando da invasão russa à Ucrânia, que já dura mais de um ano.
Bárbara Motta ainda explicou que a presidência do Conselho de Segurança da ONU é responsável por “convocar reuniões, aprovar agenda para cada encontro, presidir reuniões e representar a entidade perante outros órgãos das Nações Unidas.”
Além disso, “um dos principais elementos que preocupam a comunidade internacional é o quanto o representante da Rússia pode, de certa forma, manipular ou se valer das regras para fazer com que o conflito não seja alvo de discussão.”
Para a especialista, a guerra “talvez se arraste pelos próximos meses se não houver tratativa e negociação para paz”.
*Com produção de Isabel Campos
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