O Partido dos Trabalhadores (PT) vai realizar um ato simbólico, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro, em alusão à tentativa de golpe de Estado e à depredação das sedes do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto, em 8 de janeiro de 2023.
Em suas redes sociais, o PT convoca para uma concentração às 11h do dia 8, para um “ato em defesa da democracia”. Segundo a convocatória, trata-se de uma atividade “suprapartidária” e contará com a participação de “representantes dos Três Poderes, entidades da sociedade civil, de classes e religiosas” para marcar os dois anos das tentativas de golpe de Estado e da depredação das sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, promovidas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Outras organizações do campo popular devem se somar à atividade, como o Movimento Brasil Popular, o Levante Popular da Juventude, o Movimento dos Trabalhadores por Direitos (MTD) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). As organizações defendem que não haja anistia aos crimes perpetrados no dia 8 de janeiro.
Segundo a assessoria de imprensa do PT, o presidente Lula e representantes dos demais poderes descerão a rampa do Planalto para o ato de abraço simbólico à Praça dos Três Poderes. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência, no entanto, não confirmou a informação.
Ato oficial
Enquanto na praça os movimentos sociais e partidos políticos se manifestam, dentro do Palácio do Planalto, outro ato está marcado para acontecer, em que deverá haver uma exposição dos objetos históricos danificados pelo ataque de 8 de janeiro, como o relógio do século 17 que pertenceu a Dom João VI, rei de Portugal.
O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), confirmou presença, através de sua assessoria. Já o STF será representado pelo vice-presidente da Corte, o ministro Edson Fachin. O governo também convocou toda sua equipe ministerial, além dos chefes das três Forças Armadas, o comandante do Exército, general Tomás Paiva, da Aeronáutica, o brigadeiro Marcelo Damasceno, e da Marinha, o almirante Marcos Olsen.
Os ataques de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes levaram à prisão pelo menos 1.430 pessoas. De acordo com informações do STF, 310 pessoas foram condenadas, acusadas de envolvimento nos atos golpistas, sendo 229 por executarem os atos e 81 por incitá-los. As condenações variam entre 15 anos e 17 anos de prisão, por crimes de associação criminosa armada, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado. Outras 500 pessoas assinaram acordo de não persecução penal e seus processos foram encerrados, de acordo com levantamento da Procuradoria-Geral da República.
Edição: Nicolau Soares