56% confiam em Inteligência Artificial no Brasil, diz pesquisa


Levantamento da KPMG mostra que 82% das pessoas no mundo disseram já ter ouvido, lido ou visto algo sobre a tecnologia

Os cidadãos de Índia, China, África do Sul e Brasil, os maiores mercados emergentes, são pouco críticos quanto à implementação contínua de sistemas de IA (Inteligência Artificial). Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada pela KPMG Austrália e pela  Universidade de Queensland. Eis a íntegra (5 MB).

Na Índia, 75% dos pesquisados de setembro a outubro de 2022 confiariam na IA, seguidos dos chineses (67%) e dos sul-africanos (57%). Os brasileiros ficaram em 4º lugar (56%). A Finlândia é o país com menos pessoas que confiam na IA (16%).

Os entrevistados também responderam se a Inteligência Artificial é utilizada pelas empresas em que trabalham. A China é a nação com mais pessoas que acreditam que suas companhias usam a tecnologia (74%). A Índia fica em 2º lugar (66%) e o Brasil fecha o top 3 (50%).

Na Índia, 87% das pessoas afirmaram que confiam no sistema da IA no trabalho. Na China o número é de 83%, e no Brasil, de 70%. Na média global, a confiança dos entrevistados é de 48%.

A maioria das pessoas (71%) discorda ou está insegura que a IA criará mais empregos do que acabará com eles. Entre os entrevistados, 42% acreditam que a tecnologia substituirá empregos em sua área, 39% discordam e 19% não sabem.

No mundo, 82% das pessoas disseram já ter ouvido, lido ou visto algo sobre a IA. O país com mais pessoas que já ouviram falar na tecnologia é a Coreia do Sul (98%). É seguida por China (96%), Finlândia (95%) e Cingapura (94%). No Brasil, 77% já ouviram falar em IA. A Holanda é o país onde as pessoas menos dizem já terem ouvido falar na tecnologia (58%).

Pensando na população de seus países em geral, os entrevistados foram questionados se concordam que os benefícios da IA superam os riscos. A China foi a nação que mais concordou (81%). O Brasil ficou em 2º lugar (71%).

Em Índia, Cingapura, África do Sul e Israel, mais da metade das pessoas também concorda. Já em Coreia do Sul, Austrália, Finlândia, Canadá, Alemanha, Estônia, Japão, EUA, Reino Unido, Holanda e França, menos da metade dos entrevistados concordam.

Para a pesquisa, foram entrevistadas 17.000 pessoas em 17 países: China, Brasil, Índia, Cingapura, África do Sul, Israel, Coreia do Sul, Austrália, Finlândia, Canadá, Alemanha, Estônia, Japão, EUA, Reino Unido, Holanda e França.

Cientistas pedem pausa em IA

Mais de 1.000 especialistas da área de computação e empresários do ramo da tecnologia pediram uma pausa de 6 meses no desenvolvimento de tecnologias de IA mais evoluídas que o GPT-4, ​​versão mais atualizada da ferramenta ChatGPT. Os apelos foram feitos em uma carta aberta divulgada em 22 de março de 2023. Leia aqui.

A lista de personalidades que assinaram o texto inclui, por exemplo, o bilionário Elon Musk, proprietário do Twitter e fundador da Tesla; o cofundador da Apple, Steve Wozniak; o diretor da Stability AI, Emad Mostaque; o cofundador da plataforma de imagens Pinterest, Evan Sharp e o cocriador do Skype, Jaan Tallinn. Além de milhares de pesquisadores da área de inteligência artificial, que inclui professores de instituições de ensino renomadas, como a Universidade de Harvard e a Universidade da Califórnia.

A petição alerta que a IA pode provocar mudanças profundas no planeta e deve ser planejada e gerenciada com cuidado e recursos proporcionais às demandas que esse tipo de tecnologia exige.

Na carta, os autores afirmaram que os sistemas atuais de inteligência artificial chegaram ao ponto de competir com os seres humanos em tarefas gerais. “Devemos deixar que as máquinas inundem nossos canais de informação com propaganda e falsidade? Devemos automatizar todos os trabalhos, incluindo os satisfatórios?”, questionaram.

A carta ainda pergunta aos leitores se devem permitir a fabricação de máquinas, que, eventualmente, conseguissem substituir o ser humano. “Devemos arriscar perder o controle de nossa civilização?”, acrescentou a petição.

Para os assinantes do texto, sistemas poderosos de IA devem ser desenvolvidos só quando houver confiança de que seus efeitos serão positivos e seus riscos serão administráveis.

Em 14 de março, a OpenAI anunciou o lançamento do GPT-4 da versão mais recente do ChatGPT, ferramenta que utiliza sistema de inteligência artificial para escrever textos e solucionar problemas a partir do comando do usuário.

Ao ser testado realizando o Bar Examination (prova necessária para se tornar advogado nos Estados Unidos), o GPT-4 ficou entre os 10% melhores, enquanto a sua versão anterior, o GPT-3.5, ficou entre os 10% piores.

Um relatório da empresa OpenAI, dona da plataforma, afirmou que o GPT-4 é capaz de mentir para realizar uma tarefa. A companhia divulgou o estudo em 16 de março. O documento de 99 páginas relata testes envolvendo as atividades e capacidades da ferramenta. Eis a íntegra (5 MB, em inglês).





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