Segundo o “NYT”, em 12 instituições de ensino há registros de prisões; alunos pedem fim de ligações com empresas ligadas ao governo de Israel
Manifestações pró-Palestina organizadas por estudantes estão se espalhando pelas universidades dos Estados Unidos. Em ao menos 36 universidades já foram organizados acampamentos e em 12 dessas há registro de prisões por falas antissemitas. Harvard, Princeton, Brown e Yale, que fazem parte da Ivy League (grupo das melhores do país), registraram atos.
Os alunos pedem que as instituições se desvinculem de empresas ligadas ao governo de Israel. Os números são de levantamento do jornal The New York Times até esta 5ª feira (25.abr.2024).
ATOS EM COLUMBIA
Na 2ª feira (22.abr), a Universidade Columbia decidiu dar a opção de aulas remotas para alunos que não se sentirem seguros em campus onde são realizados os protestos.
“A segurança é nossa maior prioridade enquanto nos esforçamos para apoiar o aprendizado de nossos alunos e todas as operações acadêmicas necessárias”, disse a reitora Angela Olinto.
HARVARD
Na 4ª feira (24.abr), diversos alunos da Universidade Harvard comecaram um acampamento em Harvard Yard, considerada a área mais antiga do campus da universidade em Cambridge, Massachusetts. O local já tem mais de 30 barracas. O ato é organizado pelo Hoop (Harvard Out of Occupied Palestine) Coalition.
Em comunicado no Instagram, o grupo afirmou que estabeleceu o que eles chamam de “liberated zone” (zona livre, em tradução livre), referindo-se ao acampamento, “para exigir o fim da cumplicidade moral e material de Harvard no genocídio contínuo do povo palestino”.
UNIVERSIDADE COLUMBIA
Em Columbia, em Nova York, os protestos começaram em 17 de abril, com estudantes montando acampamentos. No dia seguinte, em 18 de abril, a polícia prendeu mais de 100 pessoas que estavam na manifestação por divulgarem mensagens antissemitas e assediarem alunos judeus.
Em um dos registros, uma mulher aparece segurando um cartaz com a mensagem “Al-Qassam’s Next Targets” (“Os próximos alvos da Al-Qassam”, em tradução livre) e uma seta apontando para estudantes judeus que balançavam a bandeira de Israel e dos Estados Unidos. As brigadas Al-Qassam são o braço militar do Hamas.
As publicações nas redes sociais também mostram o que seriam ativistas pró-Palestina fora do campus de Columbia dizendo aos estudantes pró-Israel para “voltarem para a Polônia”. Alguns manifestantes também foram gravados dizendo aos estudantes judeus: “Vocês não têm cultura”, “tudo o que vocês fazem é colonizar”, “voltem para a Europa”, “parem de matar crianças” e “nunca esqueçam o 7 de outubro”.
Assista (6min27s):
UNIVERSIDADE DE NOVA YORK
Na NYU (Universidade de Nova York, em português), pelo menos 150 manifestantes pró-Palestina foram presos pela polícia durante um ato realizado no campus. As detenções foram realizadas depois que a instituição norte-americana autorizou a ação policial.
O vice-comissário da polícia de Nova York, Kaz Daughtry, afirmou que enquanto as autoridades dispersavam parte da multidão que estava no protesto, outros manifestantes optaram pela violência e atacaram a polícia com garrafas e cadeiras.
Em comunicado, o porta-voz da universidade, John Beckman, disse que atos um mostraram um “comportamento desordenado, perturbador e antagônico que interferiu na segurança de nossa comunidade”.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram que os manifestantes e policiais entraram em conflito.
Assista (4min30s):
PRINCETON
Já na Universidade Princeton, em Nova Jersey, cerca 100 estudantes começaram um acampamento na manhã desta 5ª feira (25.abr). Eles exigem o desinvestimento financeiro da instituição em “empresas que lucram ou se envolvem na campanha militar, na ocupação e nas políticas de apartheid de Israel”.
Segundo informações do jornal estudantil The Daily Princetonian, a segurança da instituição emitiu um alerta aos estudantes assim que as barracas foram erguidas. Pelo menos 2 alunos foram presos.
YALE
Na Universidade de Yale, em Connecticut, pelo menos 47 manifestantes pró-Palestina foram presos pela polícia. Segundo informações do jornal estudantil Yale Daily News, os manifestantes ocuparam o campus para protestar contra a guerra na Faixa de Gaza e para pedir que a universidade pare de investir em “fabricantes de armas militares”.
Depois das prisões, mais de 350 pessoas bloquearam vias de acesso a Yale em manifestação contra as detenções. De braços dados, formando um círculo, os manifestantes gritaram mensagens como “isso não é democracia” e “liberte a Palestina”.
Assista (2min13s):